segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Wagaya no Rekishi (我が家の歴史)


Produzido em comemoração ao 50° aniversário da FUJI-TV (フジテレビ), Wagaya no rekishi (我が家の歴史) é um dorama que além de entreter com sua trama principal, é muito rico em relação a cultura e história japonesas do pós-guerra, mostrando-nos através de "easter eggs" (não são exatamente easter eggs na verdade, já que tudo acontece de forma explícita), personalidades e eventos famosos do Japão, que aconteceram durante a era Shouwa (昭和). 

A história se passa entre 1932 e 1961 - Minoru (実), filho de Masako Yame (八女雅子), começa a narrar a história de sua família, de como a mãe conheceu o pai, de como a guerra influenciou o pensamento e a forma de agir das pessoas, e da importância de ter uma família a quem nos apoiar para superar as adversidades da vida e do tempo.
A narração de Minoru se inicia 1932, ano em que a mãe ainda era uma garotinha e morava na casa dos pais. Viviam na casa da família, além de Masako (interpretada por Kou Shibasaki de Orange Days), os pais e os irmãos dela, que juntos eram 7 pessoas. Os irmãos eram Yoshio (義男), Muneo (宗男), Fusako (房子) e Namiko (波子); a mãe e o pai se chamavam Maki (マキ) e Tokijirou (時次郎) respectivamente.

Por mais que se esforçasse em arrumar uma maneira de adquirir uma fonte de renda que fosse estável o bastante para manter os cinco filhos, o pai encontrava dificuldade em tudo que fazia, o que acabou ocasionando na prematura entrada de Masako como a principal responsável pela parte financeira da casa. 
Yoshio (interpretado por Jun Matsumoto, de Hana Yori Dango) não podia trabalhar devido a problemas de saúde, então ele compensava ganbareando (trocadilho com o verbo ganbaru da língua japonesa, que significa esforçar-se) nos estudos para que um dia pudesse retribuir a ajuda que a família lhe dera. 

Embora fosse trabalhador, Muneo (Sato Ryuta de Rookies) era muito parecido com o pai em relação a inocência e ingenuidade, o que por vezes os fazia entrar em situações as quais não conseguiam resolver sem ajuda de Masako e o pai de Minoru.
Enquanto Fusako era a aspirante a mangaka, Namiko (Maki Horikita de Kurosagi) tinha grande fascínio pela leitura e escrita, o que mais tarde acabou ocasionando em sua entrada no mundo do jornalismo. 

Com o passar dos anos e o desenrolar dos eventos, muito do que acontece na trama acaba sendo um retrato de como a vida realmente é, e não somente em relação aos fatos históricos acontecidos, mas da forma como as coisas acontecem. Muitas vezes as pessoas se veem sem saída quando se deparam com algum empecilho o qual não podem vencer e não se conformam em se dar por vencidas, fazendo-as sofrer mais e mais a cada nova tentativa não bem sucedida. Saber quando deixar as coisas que nos atrasam para trás e nos adaptar as mudanças, é passo fundamental para seguir em frente e encontrar a paz que tanto buscamos.  

A família Yame (八女家族)
Música de Encerramento 
Jidai - Miyuki Nakajima (時代 - ゆき中島)


Ima wa konnani kanashikute                                          今はこんなに悲しくて
Namida mo karehatete                                                  涙も枯れ果てて
Mou nidoto egao ni wa                                                  もう二度と 笑顔には
Naresou mo naikedo                                                     なれそうも ないけど
Sonna jidai mo atta neto                                                そんな時代も あったねと                         
Itsuka hanaseru hi ga kuru wa                                        いつか話せる 日が来るわ
Anna jidai mo atta neto                                                 あんな時代も あったねと
Kitto waratte hanaseru wa                                             きっと笑って 話せるわ
Dakara kyou wa kuyokuyo shinaide                               だから 今日は くよくよしないで  
Kyou no kaze ni fukaremashoo                                     今日の風に 吹かれましょう
Mawaru mawaru yo jidai wa mawaru                             まわるまわるよ 時代は回る
Yorokobi kanashimi kurikaeshi                                      喜び悲しみくり返し
Kyou wa wakareta koibitotachi mo                                今日は別れた 恋人たちも
Umare kawatte meguri au yo                                         生まれ変わって めぐり逢うよ 
Tabi o tsuzukeru hitobito wa                                          旅を続ける 人々は 
Itsuka kokyo ni deau hi o                                               いつか故郷に 出逢う日を
Tatoe konya wa taorete mo                                           たとえ今夜は 倒れても
Kitto shinjite doa (door) o deru                                      きっと信じて ドアを出る
Tatoe kyou wa hateshi mo naku                                     たとえ 今日は 果てしもなく
Tsumetai ame ga futte ite mo                                        冷たい雨が 降っていても
Meguru meguru yo jidai wa meguru                                めぐるめぐるよ 時代は巡る
Wakare to deai o kurikaeshi                                           別れと出逢いを くり返し
Kyou wa taoreta tabibitotachi mo                                   今日は倒れた 旅人たちも
Umare kawatte arukidasu yo                                          生まれ変わって 歩きだすよ
Mawaru mawaru yo jidai wa mawaru                             まわるまわるよ 時代は回る
Wakare to deaio kurikaeshi                                            別れと出逢いを くり返し
Kyou wa taoreta tabibitotachi mo                                   今日は倒れた 旅人たちも
Umare kawatte arukidasu yo                                          生まれ変わって 歩きだすよ
Kyou wa taoreta tabibitotachi mo                                   今日は倒れた 旅人たちも
Umare kawatte arukidasu yo                                          生まれ変わって 歩きだすよ
Curiosidade (好奇心)
Como dito mais acima, muitos dos personagens que aparecem no dorama, são personalidades que realmente existiram na era Shouwa (昭和). Abaixo, segue uma lista com algumas dessas personalidades.  



A música cantada por Masako no Nagai Yoru (長い夜) se chama Tankou Bushi (炭坑節), e é uma canção folclórica muito popular da província de Fukuoka (福岡).


Tsukiga-deta deta-tsukiga-deta a yoi yoi                     月が出た出た月が出た (ヨイヨイ)
Uchi no oyama no-ueni-deta                      内のお山の上に出た        
Anmari entotsuga-takai-node (a yoisho)                  あんまり煙突が高いので (ヨイショ)
sa-zoya otsukisan- kemuta-karo sano yoi yoi        さぞやお月さん けむたかろ (サノヨイヨイ)

Hitoyama futayama miyama koe a yoi yoi                一山 二山 三山 越え (ヨイヨイ)

okuni saitaru-yaetsu-baki              奥に咲いたる 八重つばき
na-n-bo iroyo-ku saita-tote (yoisho)         なんぼ色よく 咲いたとて
samachan kayowanya mudano hana sano yoi yoi    サマちゃんが通わにゃ 仇の花 (サノヨイヨイ)

Mogura- hi no me wa nigate- dana a yoi yoi               モグラ日の目は苦手だな (ヨイヨイ)
Anataga sonokide yuno-nara a yoi yoi        あなたがその気で 云うのなら(ヨイヨイ)
O-mae sakiyama shigoto- nara a yoi yoi            お前さきやま仕事なら (ヨイヨイ)


yama no oira wa- ikina - mono                       山のおいらはいきな物
shi-ki o deru no o machika-nete                      しきを出るのをまちかねて   
ka-wai- ano ko- ga sode o - hiku sano yoi yoi     かわいあのこがそでをひくさの (ヨイヨイ)

Omoikirima-su wakare-masu            思い切ります 別れます
motono musume-no juhachi-ni (yoisho)       もとの娘の 十八に
kaeshite kureta-ra wakare-masu sano yoi yoi     返してくれたら 別れます(サノヨイヨイ)

watasha sentan- ondo-tori            わたしゃせんたんおんどとり

kuro- suru ki-to saseru- ki yo            くろするきさせるきよ
uta de noroke-te tomoka-segi sano yoi yoi       歌でのろけてともかせぎ (サノヨイヨイ)  

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Festival do Japão 2013


Neste fim de semana, dias 19, 20 e 21, acontecerá o Festival do Japão 2013 - Tecnologia e Modernidade no Centro de Exposições Imigrantes.
O festival acontece anualmente desde 1998, e é considerado o maior evento de cultura japonesa da América Latina, contando com mais de 150 mil visitantes todos os anos. 
Além de contar com diversos tipos de atrações, tais como workshops, shows, danças, exposições, palestras, artes marciais, concurso Cosplay e o Miss Nikkey 2013, o festival possui uma praça de alimentação baseada nas comidas típicas das 47 províncias do Japão.
Ah sim....e caso tenha interesse em fazer parte do sangue (!?) do festival como voluntário, é só preencher esse formulário com as informações solicitadas, asa meshi mae (朝飯前) . Embora seja importante que compareça no horário informado, para que os organizadores tenham um maior controle em relação a equipe de voluntários, não se acanhe caso o horário que tenha disponível seja diferente daquele preenchido quando inscrito, apenas chegue no festival e procure a área de voluntários. É dito que os voluntários são o sangue devido ao fato deles se vestirem de vermelho e estarem sempre de um lado para o outro, "circulando" por todo festival, ajudando para que ele funcione da melhor maneira possível.    
      



16º FESTIVAL DO JAPÃO
Data: 19, 20 e 21 de julho de 2013
19/07 – 12 às 21 horas
20/07 – 10 às 21 horas
21/07 – 10 às 18 horas
Ingressos: 
R$ 8 antecipados
R$ 10 no dia
Entrada gratuita para crianças até 8 anos e idosos acima de 65 anos
Local: Centro de Exposições Imigrantes
Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, São Paulo
Transporte gratuito do metrô Jabaquara e estacionamento gratuito para bikes
SITE: http://www.festivaldojapao.com/ 
Curiosidade (好奇心)

O termo cosplay (コスプレ) vem do inglês costume play ou costume roleplay, significa algo como interpretação/representação do disfarce/fantasia. 

A expressão asa meshi mae (朝飯前) usada no texto, literalmente significa "antes do café da manhã". É usada na língua japonesa de forma similar ao nosso "mamão com açúcar", querendo dizer que a execução de determinada tarefa é tal fácil que pode ser realizada antes do café da manhã.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Man Of Steel - Um Ideal de Esperança no Cinema

man of steel esperanca

Depois da decepcionante tentativa de Bryan Singer de reviver o Kryptoniano em 2006, os fãs do azulão já se sentiam desesperançosos em relação a um novo filme do herói que trouxesse de volta toda a glória e carisma do personagem as telonas.  
Dirigido por Zack Snyder (300 e Watchmen); produzido por Charles Roven, Christopher Nolan (trilogia The Dark Knight e Inception), Emma Thomas e Deborah Snyder; e roteiro de David S. Goyer, Man of Steel se difere de todos os filmes já feitos sobre o herói. A começar pela abordagem inicial dada ao personagem dentro da contextuação da trama, que acaba causando até uma certa estranheza aos acostumados com os filmes de Christopher Reeve no papel do Super, que normalmente era visto como o grande herói da Terra. Em Man of Steel, o herói é visto com certa aversão pelos terráqueos, que só descobrem sua existência depois de 3 décadas após sua chegada na Terra. De forma análoga a Watchmen (também dirigido por Snyder), onde os heróis e anti-heróis são inseridos em uma sociedade que tem que aprender a lidar com esse novo elemento em seu meio, Man of Steel trata da ideia do extraterrestre tentando achar seu lugar em um mundo que tem total desconhecimento de sua existência, um mundo que naturalmente tende a temer o que desconhece. E boa parte dessa percepção é passada através de flashbacks mostrando sua juventude, ao lado de seu pai (que faz de tudo para que ele mantenha seus "dons especiais" em sigilo) e mãe (Diane Lane) adotivos. Ao longo do filme, esse senso de moralidade e responsabilidade que o pai (Kevin Costner) passa para o filho te fazem entender as ações do já adulto Clark Kent (interpretado por Henry Cavill).


O filme se inicia em Krypton, mostrando as razões pela qual o planeta estivera condenado a sua eventual destruição, forçando seus pais biológicos Jor-El (Rusell Crowe) e Lara-El (Ayelet Zurer) a enviar seu primogênito a Terra, o que acaba sendo a razão pela qual o vilão do filme, General Zod (Michael Shannon), decide fazer uma visita ao planeta anos mais tarde. Logo após os eventos de Krypton, nos deparamos com um Clark Kent  de 33 anos (qualquer similaridade não é mera coincidência), vivendo a vida como andarilho, mudando de emprego e identidade sempre que o uso de seus poderes se faz necessário, mantendo assim seu segredo a salvo.


Diferente do costumeiro papel de "donzela em perigo", a Lois Lane nesse filme, interpretada por Amy Adams, tem uma importância fundamental na história, o que a torna um personagem mais interessante para a trama.
A trilha sonora de Hanz Zimmer (responsável pelas trilhas de O Último Samurai, Gladiador, Piratas do Caribe e muitas outras fantásticas) é um show a parte, que embora não seja tão característica quanto o tema composto por John Willians no Superman de 1978, é de uma preciosidade única. A cada momento em que o tema principal do filme (An Ideal of Hope) aparece, um novo sentimento aflora a respeito do herói em ascensão.


Curiosidade(好奇心)

Russell Crowe conta como foi seu primeiro encontro com Henry Cavill, 12 anos atrás, durante as gravações de Prova de Vida. O vídeo está em inglês mas vale muito a pena ver.

sábado, 15 de junho de 2013

LEGO O Senhor dos Anéis (game)

lego o senhor dos aneis

Desenvolvido pela Traveller's Tales e distribuído pela Warner Bros. Interactive Entertainmeint, LEGO -  O Senhor dos Anéis é um dos jogos mais inusitados já feitos sobre o universo Tolkien. Baseado na Terra Média de O Senhor dos Anéis imaginado por Peter Jackson nos cinemas, o jogo se passa pelos eventos acontecidos na trilogia (A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei), satirizando com inteligência e uma boa pitada de bom humor as cenas dos 3 filmes.
Além daqueles vistos na telona, existem alguns personagens do universo Tolkien que só aparecem nos livros (alguns casos, também na versão estendida dos filmes), como Boca de Sauron (que serve como porta voz de Sauron no terceiro livro) e Tom Bombadil que podem ser habilitados ao longo da jornada.
Assim como nos filmes e nos livros, o foco da história vai se alternando entre Hobbits e os outros membros da Sociedade do Anel, o que faz com que o jogador assuma um papel diferente de acordo com  a contextuação da história (podendo inclusive chegar a ter o controle de mais de 5 personagens ao mesmo tempo alternando-os através de um botão de seleção).


A jogabilidade é razoavelmente simples (contando com um botão de ação, um de pulo e um de ataque). O que maior destaca o gameplay são as habilidades únicas de cada personagem, que por vezes são requisitos necessários para vencer determinado puzzle ou desafio do game. Por exemplo, Sam sendo o jardineiro, tem a habilidade de encontrar itens escondidos no solo, Legolas possui uma destreza maior que os outros personagens, enquanto Frodo consegue entrar em lugares escuros usando a Luz de Earendil.
A trilha sonora do game é fiel a versão cinematográfica, fazendo com que o jogador se sinta ainda mais dentro desse mundo fantástico. Viajar pelas terras dos cavaleiros ao som da The King of  the Golden Hall ao fundo, ou mesmo andar pelo Condado com a Concerning Hobbits, te fazem perceber que embora seja uma sátira bem humorada, o game consegue te transportar para a Terra Média.



Requisitos de sistema

    • Sistema Operacional: Microsoft® Windows® XP SP3, Vista, ou Windows® 7
    • Processador: Dual Core CPU @ 2GHz (Pentium D ou melhor)
    • Memória: 1GB RAM
    • Espaço em disco: 8 GB 
    • Placa de video: NVIDIA® 7600, 7800, 8800 GT ou ATI Radeon™ HD 1950 ou maior 

Curiosidade(好奇心)

 Um usuário (Goel Kim) do http://mocpages.com/ postou uma reprodução da Batalha do Abismo de Helm, toda feita com blocos de Lego. A obra está 90% concluída e conta com o uso de mais ou menos 150.000 peças, e tem cerca de 73 KG.






O álbum completo pode ser conferido aqui.
   

sábado, 8 de junho de 2013

Jack Bauer em Metal Gear Solid

metal gear solid 5

Nessa semana, a Konami divulgou um vídeo de meia hora com alguns dos projetos em que a empresa vem trabalhando e que serão apresentados na E3 (Electronic Entertainment Expo) que acontecerá dos dias 11 a 13 de junho, em Los Angeles. Dentre os games apresentados estão Castlevania: Lord of Shadows 2PES 2014 e Metal Gear Solid V: The Phantom Pain. Mas o que realmente chamou a atenção no vídeo foi a substituição de David Hayter (que imortalizou a voz do personagem Big Boss/Solid Snake na série Metal Gear Solid) por Kiefer Sutherland. Segundo Hideo Kojima (criador da saga Metal Gear Solid), a proposta do novo game da franquia, que terá temas relacionados a questões raciais e uma abordagem mais pesada, é conseguir transmitir os sentimentos e as reações do personagem não somente pela voz, mas também pela expressão facial, que será capturada através das leituras de pontos inseridos no ator.
  


Fique por dentro da E3http://www.e3insider.com/

domingo, 21 de abril de 2013

Nada Sousou (filme)


Embora conte com uma história bem simples, Nada SouSou (涙そうそう) é um filme bem inspirador, que nos transmite coragem e um forte sentimento de compaixão para com o próximo, nos fazendo refletir a forma como levamos nossas vidas, muitas vezes em prol de nós mesmos, sem ver o quanto poderíamos fazer por àqueles a nossa volta.
A história é sobre um jovem trabalhador de Okinawa (沖縄県que dedica todos seus esforços para apoiar a irmã com a vida e os estudos, devido ao fato de que seus pais já não estão presentes para assumirem seus papéis. A irmã é filha de um segundo marido da mãe, o que não torna o relacionamento deles menos fraterno, tanto é que há momentos em que o irmão não mede esforços para tornar as conquistas da irmã as dele, mesmo que tenha que fazer grandes sacrifícios para tal.


 Satoshi Tsumabuki (妻夫木聡)
Personagem: Youtaro Arakaki


Masami Nagasawa (長澤 まさみ)
Personagem: Kaoru Arakaki






Curiosidades (好奇心)
Por se passar em Okinawa, o filme apresenta diversos aspectos culturais tão únicos da ilhazinha localizada ao sul do Japão (日本), que vão desde a música e as danças até as expressões usadas que fazem parte do Uchinaguchi, o dialeto de Okinawa. Não vou me alongar muito a respeito do Uchinaguchi (沖縄口) porque haverá um post falando a respeito dele muito em breve, mas farei menção as palavras que tiveram um maior destaque no filme.

O nome escolhido para o restaurante do Youtaro (nankuru), vem de uma expressão do Uchinaguchi que é a nankuru naisa (なんくるないさ), que quer dizer que de alguma forma tudo dará certo no final.

 O nada (涙) do título significa lágrima em Uchinaguchi, em Nihongo (日本語) seria namida (涙). Nada sousou (涙そうそう) seria algo como lágrimas que escorrem descontroladamente.

O termo niinii (にいにい), bastante usado pela Kaoru ao longo do filme para chamar Youtaro, é uma forma carinhosa de chamar o irmão mais velho.

A música tema do filme, cantada por Rimi Natsukawa (夏川りみ), foi originalmente composta pela banda BEGIN e Ryoko Moriyama (森山良子) em 1998.



sábado, 9 de março de 2013

O Japão e o seu estilo Musashi de ser

musashi sociedade japonesa

Recentemente, terminei de ler essa obra que é dito melhor representar alguns dos aspectos da história e sociedade japonesas. Escrita por Eiji Yoshikawa (吉川 英治), a obra se baseia na vida do rounin (浪人) Miyamoto Musashi (宮本武蔵), em busca por um caminho de vida que visava se aperfeiçoar tanto físico quanto espiritualmente.
Ambientado no Japão do início do século XVII, o primeiro livro se inicia no momento final da famosa Batalha de Sekigahara (ocorrido em 1600, o fim desse confronto marcou o início do xogunato Tokugawa, que perdurou por mais de 200 anos), em um campo repleto de soldados mortos e feridos, dentre os quais estão um samurai de nome Shinmen Takezo (mais tarde conhecido como Miyamoto Musashi) e Hon'iden Matahachi (amigo de infância de Takezo), pertencentes ao grupo dos samurais derrotados. Após serem perseguidos por aqueles que os haviam vencido em batalha, o acaso e o infortúnio acaba fazendo com que os dois sigam por caminhos distintos. 
Quando finalmente é capturado por um monge de nome Takuan, Takezo é submetido a sua primeira grande provação, e que de certa forma, serve para moldar sua mente e seu espirito para os dias vindouros. Takuan, o monge, o aprisiona em uma torre (cujo seu interior se restringia a uma escrivaninha repleta de livros) para que lá vivesse por alguns anos, entregando-lhe apenas uma lamparina. Ao invés de passar seus anos tendo apenas a escuridão da torre como companhia, Takezo decide utilizar a lamparina buscando o conhecimento e a sabedoria através dos livros. Essa passagem pode ser entendida como uma grande metáfora a vida, que às vezes acaba nos levando a lugares escuros e sem aparente saída, e cabe a nós buscarmos uma luz para que encontremos sabedoria para superar os obstáculos colocados em nossos caminhos.
Depois dessa provação, Takezo deixa de existir e passa a se chamar Miyamoto Musashi, um rounin cuja a peregrinação é voltada para o seu autoaperfeiçoamento. Com o passar dos anos, sua dedicação ao caminho da espada o transforma em um exímio espadachim, o que o faz conquistar admiração e respeito, além de, é claro, alguns inimigos, dentre os quais, está Sasaki Kojiro (佐々木 小次郎), cujo o duelo com Musashi se torna a trama principal do livro.
Como o objetivo desse post não é dar spoilers e sim fazer uma pequena analogia entre Musashi e a sociedade nipponica, vou me limitar a descrever um último trecho do livro que define bem essa comparação.
Há uma conversa entre um grande suserano e um amigo de Musashi, Musou Gonnosuke (夢想權之助), a respeito de que a quem pertencia o melhor kenjutsu (剣術) entre Sasaki Kojiro e Musashi. O suserano diz que a criatividade e a genialidade do kenjutsu quase natural de Sasaki Kojiro era superior ao de Musashi devido ao fato dele ter sido capaz de criar um estilo próprio com tão pouca idade. No entanto, o que tornava a perícia de Musashi tão única e sem igual era ao fato dele reconhecer isso, reconhecer suas limitações e trabalhar duro para superá-las. Assim como Musashi, a sociedade japonesa "passou a fazer parte" do mundo um pouco mais tarde, somente no início da era Meiji em 1868 quando o xogunato caiu e o Japão passou a se relacionar com os outros países.   
Em seu livro (Made in Japan), Akio Morita (盛田 昭夫) - cofundador da Sony, diz que até mais ou menos os anos 50, os produtos japoneses eram considerados ruins, e que os produtos marcados com o "made in japan" (produtos feitos no japão) eram sinônimo de baixa qualidade, e que isso de certa forma o motivara para romper esse estigma negativo que tanto maculava o nome dos produtos japoneses.
Ao analisarmos as empresas de destaque, nos deparamos com empresas japonesas que em sua maioria não foram pioneiras em suas áreas, mas que no entanto, buscaram o padrão de excelência e alcançaram um nível de qualidade tamanho que acabaram se tornando modelo no mercado. Nintendo, Sony, Toyota, Nissan, Honda, além da indústria de animação que conseguiu revolucionar e romper o paradigma existente nas animações da época.
É esse tipo de relação que mostra o quão significativo foi e o é, para o povo japonês, a tradição de manter viva a ideia de reverenciar os antepassados, tentando elucidar-se com seus pensamentos e ideais passados a cada geração, buscando deles sabedoria e motivação para lhe dar com as adversidades. 

Curiosidade (好奇心)

A ideia de trabalhar duro está tão enraizada na sociedade, que existe um verbo na língua japonesa que transmite esse sentimento entre as pessoas de forma quase natural, como parte de um ritual diário. A palavra em questão é ganbaru (頑張る), que é usada no dia a dia pelos japoneses como forma de dizer a alguém para que se empenhe e dê o seu melhor em qualquer atividade a que esse alguém se proponha a fazer.

O termo rounin (浪人) era usado para denominar os samurais sem um senhor. Hoje em dia o termo foi adotado para denominar vestibulandos que não tenham sido bem sucedidos na tentativa de passar no vestibular, mas que continuam tentando.
A palavra tem o significado de "pessoa que vagueia" ou "pessoa errante". O primeiro caractere, rou (浪), significando algo como "errante" ou "andante",  e o segundo, nin (人),  pessoa.

O Xogunato era uma forma de governo na qual o país passava a ser administrado por um líder militar, o Xogum, enquanto o imperador não passava de uma figura simbólica.

Kenjutsu (剣術) -  técnica de espada.    

Os livros




 Livro 1
Musashi
 A terra, a água, o fogo

Características

Páginas: 599 
Editora Estação Liberdade






Livro 2
Musashi
O Vento O Céu

                                   Características 

                                     Páginas: 691
                         Editora Estação Liberdade



                                        
                                         Livro 3
                                        Musashi
                    As Duas Forças, A Harmonia Final

                                Características

                                    Páginas: 498
                        Editora Estação Liberdade



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